DIAMANTES NATURAIS

A identificação precisa de um diamante é fundamental no mercado de gemas.

É crucial confirmar que uma gema é de fato um diamante antes de realizar testes para determinar se é sintético ou se passou por algum tratamento.

Essa prática garante que os testes avançados, que podem ser caros e demorados, sejam aplicados apenas a materiais que realmente justifiquem essa investigação.

Ao verificar primeiro a identidade do material, evita-se gastos desnecessários e assegura-se a precisão do processo de identificação.

Reconhecimento e Triagem Inicial

A triagem começa por observações cuidadosas com lupa ou microscópio gemológico. Algumas características podem levantar suspeitas, como padrões incomuns de crescimento, inclusões metálicas ou zonas de cor abruptas. No entanto, essas observações raramente são conclusivas. A fluorescência sob luz ultravioleta, e em alguns casos a fosforescência, também pode indicar comportamentos atípicos. Certos diamantes sintéticos, por exemplo, podem brilhar de forma persistente após a exposição à luz UV, algo pouco comum em naturais. Tais sinais são úteis como indicativos, mas exigem confirmação especializada.

Equipamentos de Apoio à Triagem

Dispositivos gemológicos podem fornecer suporte à triagem, analisando reações ópticas ou estruturais da gema. Esses equipamentos não substituem a análise

laboratorial, mas ajudam a sinalizar gemas que necessitam de estudo mais aprofundado.

Confirmação em Laboratório Gemológico

A confirmação definitiva da origem (natural ou sintética) exige análise laboratorial.

Testes como espectroscopia, fotoluminescência e exame da estrutura interna são utilizados por laboratórios especializados para avaliar a autenticidade e a origem

da gema. Essas técnicas são especialmente relevantes para diamantes coloridos, onde a cor pode ter origem natural ou ter sido induzida artificialmente — diferença

que impacta significativamente o valor da pedra.

Importância da Divulgação Ética

Distinguir entre um diamante natural e um sintético não é apenas uma questão técnica — é um compromisso com a integridade do mercado. A correta identificação e a divulgação clara e transparente da origem de cada gema são essenciais para preservar a confiança dos consumidores e garantir uma atuação ética e responsável na joalheria e gemologia contemporâneas.

Fonte: LUCAS NETO, João Carlos de, gemólogo formado pelo GIA (Gemological Institute of America). Manual do diamante